Será que algum pai conseguiria responder sobre o que é ser um bom pai?
Trata-se de uma questão difícil, e ela complica ainda mais se o pai em questão passa a maior parte dos dias longe dos filhos.
Essa é a rotina dos pais que são caminhoneiros e precisam conciliar a função de ser pai com a missão de sustentar a família por meio da profissão.
Apesar da ausência, essa distância, característica natural na rotina de quem trabalha dirigindo, não necessariamente significa falta de responsabilidade ou descuido.
Novos tempos: presença mesmo na distância
Se alguém duvida da capacidade da tecnologia em transmitir afetos, os caminhoneiros podem apostar que é possível tal façanha.
Se já estamos vivendo um tempo com inúmeras transformações sociais promovidas pela tecnologia, através da internet e das redes sociais, os relacionamentos afetivos familiares podem encontrar aí uma maneira de se fortalecerem, mesmo na ausência.
Muitos caminhoneiros, através do celular, mantêm contato com seus filhos por meio do Facebook e do WhatsApp. Através desses mecanismos, é possível trocar fotos, áudios, vídeos, enviar mensagens de carinho e até mesmo cobrar pelo desempenho na escola.
Ou seja, as novas modalidades de comunicação atenuam a saudade e ainda contribuem como ferramenta de educação à longa distância.
A experiência de quem vive na pele
Hoje, Paulo César Sare tem 47 anos, mora em Abadiânia (GO), e tem três filhos, todos adultos. No entanto, está na profissão há mais de 20 anos e sabe muito bem como foi se desdobrar para estar perto dos filhos durante suas viagens, algumas bastante longas, de quase dois meses.
“Hoje é mais fácil, pois temos redes sociais e até porque meus filhos estão grandes. Mas deixei de estar presente ao lado deles durante eventos importantes como o Natal, aniversário e me lembro muito bem de um caso ocorrido quando um dos meus filhos, ainda criança, pediu para participar de uma festa do Dia dos Pais, na escola. Ele cobrou minha participação e isso me marcou muito, pois foi aí que percebi o quanto a minha presença era importante, nem que fosse apenas para aquele dia”, relembra Paulo César.
Além do uso das redes sociais para compensar a ausência, outra forma de suprir a distância é aproveitar ao máximo o tempo quando se está em casa, ao lado dos filhos. Ricardo Viana, de 31 anos, tem um filho de 4, e sempre que está ao lado dele, tenta desfrutar desse momento da melhor maneira possível. “Vida de caminhoneiro é na estrada e estou há oito anos nessa luta, mas quando estou ao lado deles (família), eu esqueço o trabalho”. Ricardo demonstra uma enorme preocupação com seu filho, que ainda é uma criança: “Embora ele seja pequeno, já entende a minha profissão, mas todos os dias a gente se fala por telefone e a saudade se encurta aos sábados e domingos, quando estou em casa”.
Como se sabe, a presença física não necessariamente garante uma dedicação amorosa por parte de quem é pai. Existem inúmeros pais que compensam o carinho de outras formas, mesmo podendo exercê-lo diariamente.
Ser caminhoneiro e pai ao mesmo tempo é perfeitamente possível. O amor, quando verdadeiro e colocado em prioridade, certamente suprirá toda falta presencial de outras maneiras.
Agora, uma dica: para cuidar bem da sua família e de seus filhos, é importante cuidar da saúde. Você já fez seu Exame Toxicológico?
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